Evangelho segundo Mateus
Introdução
Dentro do Novo Testamento temos quatro livros que se ocupam em falar exclusivamente da pessoa de Jesus. Podemos considerar Mateus e Lucas como evangelhos completos em comparação ao de Marcos e de João, pelo fato de Mateus e Lucas nos fornecerem informações precisas sobre infância, doutrina e profecias. Com isso não dizemos que são superiores, pois cada evangelho com suas diferenças se completam.
Pontos importantes apontados por Mateus
No evangelho de Mateus, temos o registro da genealogia de Cristo dividida em três partes contendo quatorze gerações cada uma (Mt 1.1-16); é o único evangelho a registrar quatro eventos da infância de Cristo: 1) a visita dos sábios (Mt 2.1-15); 2) o massacre (Mt 2.16-18); 3) a fuga para o Egito (Mt 2.13-15); 4) o retorno (Mt 2.19-23). O evangelho narra com muita propriedade sobre eventos pessoais de Maria e José no tocante a gravidez milagrosa. José a principio não acreditava em Maria, porém, passou a ser direcionado por sonhos e entender que de fato não Maria não teria cometido adultério (Mt 1.19-25; 2.13). Essa informação de Mateus é muito importante para tirar toda e qualquer dúvida e para enfatizar o cumprimento da profecia em Is 7.14 em que ele nasceria de uma virgem.
O conteúdo apresentado por Mateus em certos pontos é resumido a exemplo da escolha dos primeiros discípulos, mas em outros é muito bem detalhado. No presente livro temos as parábolas: Os dois alicerces (Mt 7.24-27); Os meninos na praça (Mt 11.16-19); A casa vazia (Mt 12.43-45); O fermento (Mt 13.33); O joio (Mt 13.24-30,36-43); A pérola de grande valor (Mt 13.45-46); A rede (Mt 13.47-50); O semeador (Mt 13.3-9,18-23); A semente de mostarda (Mt 13.31-32); Os servos vigilantes (Mc 13.33-37); O tesouro escondido (Mt 13.44); Coisas novas e velhas (Mt 13.51-52); O credor incompassivo (Mt 18.23-35); As bodas (Mt 22.1-14); As dez virgens (Mt 25.1-13); Os dois filhos (Mt 21.28-32); A figueira (Mt 24.32-33); Os lavradores maus (Mt 21.33-46); O pai vigilante (Mt 24.42-44); A pedra rejeitada (Mt 21.42-44); O servo fiel (Mt 24.45-51); Os talentos (Mt 25.14-30); Os trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16);
O sermão da montanha apresentado por Mateus é o mais completo, começando no capitulo cinco até o sétimo do livro. O livro em todo seu conteúdo aponta para uma apresentação de Jesus, o Messias. Enquanto João apresenta Cristo como o verbo divino, Mateus declara repetidas vezes que Jesus é o “Filho de Davi” (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31; 21.9, 15; 22.41-45). Mateus apresenta Jesus como o cumprimento fiel da esperança profética de Israel, para provar isso, ele usa pelo menos seis vezes o termo “para que se cumprisse” (Mt 1.22; 2.15, 17, 23; 4.14; 8.17; 12.17) mostrando então que Cristo era o cumprimento das Escrituras. Além disso, um outro fator curioso, Mateus é o único a usar o termo igreja em seu evangelho (Mt 16.18; 18.17).
Diferente dos demais evangelhos, esse evangelho foi escrito para uma comunidade de Cristãos vindos do judaísmo, por isso é o evangelho que mais faz um tipo de paralelismo entre o Antigo Testamento e a pessoa de Cristo.
Autor
Mateus é aramaico e significa “presente de Deus”, mas também chamado de Levi em que no caso esse seria seu nome de nascimento. Ele está presente nas quatro listas dos apóstolos sempre colocado junto com Tomé ou Bartolomeu. Desde os tempos da igreja primitiva a indicação é que Mateus o apóstolo de Cristo foi de fato o autor do presente evangelho. Além do evangelho de Mateus não temos nem epistolas e nem pregações aludidas a ele. Quanto à profissão, o mesmo era coletor de impostos em que esses eram destinados para o império de Roma. O povo de Israel desejava a liberdade e naquela época, essa mesma nação estava sob liderança política de Roma que levantava certas pessoas para serem seus procuradores. Os impostos assim arrecadados pelos publicanos eram usados tanto para enriquecimento de Roma quanto para manter o poder político. Devido a isso, os publicanos não eram bem vistos e sim odiados tanto pela profissão como pela corrupção (Mt 5.46; 9.10, 11; 11.19; 21.31). Esses eram odiados e acusados por usarem de má fé em defraudar através das taxas. João Batista os aconselhou a não praticarem tais coisas (Lc 3.12-13). Esse mesmo Mateus estava em atividade pública quando foi chamado pelo Mestre (Mt 9.9; Lc 5.28) que curiosamente deixou tudo e o seguiu de imediato.
Personagens
Dentro dos vinte oito capítulos, o evangelista faz um belo trabalho ao narrar sobre o pai terreno de Cristo, José e de Maria sua esposa. De João Batista pregando no deserto. Ao falar de Herodes e Pilatos. Sobre as seitas da época como é caso dos Fariseus e Saduceus. O fato curioso é que em alguns milagres é identificado o nome das pessoas que recebem. De fato há muitos outros personagens que não é possível detalhar nesse resumo.
Sua importância
A importância deste evangelho é sua harmonia entre o Antigo Testamento e Cristo. Mateus faz um belo uso dos acontecimentos para dar um desfecho no final, a exemplo disso é que quando Cristo entrega o seu espírito, logo o véu do templo se rasga em duas partes de alto a baixo (Mt 27.51), parece que o mesmo estaria nos dizendo que o que foi escrito até aqui é que não há mais barreira para receber a graça de Deus. O evangelho de Mateus é expressamente didático e o mesmo deixa essa chama acesa em seus últimos registro de Cristo “ide e fazei discípulos de todas as nações…”, ou seja, tudo que foi escrito até aqui é para ensinar em todas as nações
Autor,
Carlos F. Guimarães