Qual o propósito das Línguas Estranhas?

Dentro de nossa nação bem como em outros países há muita divergência quanto a esse assunto. Vamos tratá-lo da forma mais bíblica possível.

O tema “línguas estranhas” é tirado do texto de 1Co 14.2 “Porque o que fala em língua desconhecida…”, e essa manifestação é muito bem aceita inclusive em igrejas Pentecostais.

De forma curiosa dentro dos 27 livros do Novo Testamento, somente três livros citam ou narram o fato de forma direta, sendo eles:

  • O evangelho de Marcos 16.17;
  • O de Atos 2.3; 10.46; 19.16;
  • E a tão bem conhecida epístola aos 1 Co 12.10; 13.1; 14.2, 4.

1 – Quando foi a primeira ocasião que pessoas falaram em línguas?

Essa manifestação ocorreu pela primeira vez em Atos 2.3 em que um número de quase 120 pessoas falaram em outras línguas, línguas essas que eram desconhecidas somente para aqueles quase 120 discípulos, mas era de conhecimento para os demais que estavam de fora do cenáculo (At 2.8).

Foi através desse fato (línguas) que Pedro identificou que ocorreu o primeiro batismo com Espírito Santo, pois ele mesmo disse “…seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras” (At 2.14), isto o que? Logicamente o falar em outras línguas. E Pedro ainda afirma novamente dizendo “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis (At 2.33), ou seja, o que a multidão do fora do cenáculo VIU e OUVIU? Viram pessoas e as ouviram falar em várias línguas.

Ainda em outra ocasião Pedro enquanto ministrava a Palavra de Deus na casa de Cornélio o Espírito desceu sobre todos os que estavam ali e como que ele Pedro percebeu? Leia atentamente o texto abaixo:

“E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus” (At 10.45-46)

“E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio” (At 11.15).

Sobre esse mesmo assunto, no capitulo 19 de Atos temos a mesma situação, em que Paulo o apóstolo chegou a Éfeso encontrou alguns discípulos ali, tinham o conhecimento de assuntos fundamentais a respeito da fé (At 19.1), mas não tinha recebido o revestimento da promessa. Diante disso Paulo faz uma pergunta àqueles discípulos “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?…” (At. 19.2). A resposta foi “…Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.” (At 19.2). Assim sendo, em resumo, Paulo fez a oração com imposição de mãos e identificou que aqueles discípulos que eram no total de doze homens não apenas tiveram a vida regenerada, mas receberam o Espírito conforme a nova aliança, mas como que Paulo soube identificar isso? Leia atentamente o texto:

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam” (At 19.6)

De forma indiscutível Pedro e Paulo afirmam que o falar em outras línguas é um sinal Visível e audível para identificar que uma pessoa recebeu a promessa do derramamento do Espírito Santo.

2 – Mas qual o real propósito de falar em línguas?

Logo após a pessoa ser batizada (mergulhada espiritualmente) no Espírito Santo, a mesma receberá uma capacidade vinda do Espírito para adorar e orar a Deus em mistérios (línguas desconhecidas). Paulo em sua carta disse quem canta em espírito canta bem (I Coríntios 14.15); Paulo chama essa capacidade de “Cânticos Espirituais” (Efésios 5.19; Colossenses 3.16). Paulo disse que quem ora em espírito edifica-se a si mesmo (I Coríntios 14.2-4), e orando dessa maneira, seu espírito ora bem (I Coríntios 14.14).

3 – Qual deve ser nossa postura diante das línguas estranhas hoje?

a) Em primeiro ponto, não devem ser proibidas “…e não proibais falar línguas” (1Co 14.39);

b) Paulo diz que entre ministrar a palavra ou falar em línguas ele “…Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (1Co 14.19). Em outras palavras, a palavra de Deus nos está ensinando que tudo tem o seu momento certo e um propósito.

c) as línguas tem um papel importante no que tange ao culto, pois está escrito Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem…” (1Co 14.14).

“Em resumo, o mais importante entre pregar e falar em línguas, o mais importante é pregar, pois a língua não edifica quem houve, só edifica quem fala.”

Porém, devemos também buscar durante nossos cultos congregacionais e individuais falar em línguas pela ação do Espírito Santo para que sejamos edificados, não nos esquecendo da decência e da ordem.

Essa manifestação espiritual não era apenas uma necessidade apostólica, falar em línguas é uma necessidade da igreja, por isso é algo atual e permanente para os que creem em Cristo, pois “…a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).

Assim sendo, o ato de falar em línguas estranhas é um ato do Espírito Santo, por isso, homem nenhum deve restringir essa bendita manifestação em nosso meio.

Autor,

Carlos Frederico