Evangelho segundo João

Introdução

O evangelho de João é diferente dos outros três em muitos aspectos. No presente evangelho João não se ocupa em genealogia de Cristo, nem com o nascimento do mesmo, e também não cita em seu evangelho a tentação no deserto. Como também parábolas das mais conhecidas não são registradas nesse evangelho. Porém diferente dos outros evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), João com muita propriedade por duas vezes afirma que além do que foi registrado em seu evangelho bem como nos outros, há ainda muita outras coisas que o Senhor Jesus fez que não foram assim registradas. Leia com atenção abaixo:

“Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro”. João 20.35

 “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém”. João 21.25

Com essa explicação João deixa mais que provado que, tudo o que sabemos ainda é muito pouco do que o Senhor Jesus fez e ensinou.

Vale destacar ainda que João apresenta Cristo como o Verbo e Deus Criador (Jo 1.1-3). Nesse livro o autor registra as palavras do Cristo “…Eu Sou…” em diversas ocasiões (Jo 6.35; 8.32; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6. 15.1). O Espírito Santo é chamado aqui de o Consolador (Jo 14.16, 26) e Espírito da Verdade (Jo 14.17).

No mesmo evangelho Apóstolo João usa termos como “amor”, “vida”, “luz”, “verdade”, “mandamentos”, “crer” e “Eu Sou” e muitos outros para explicar sobre o verdadeiro amor, a verdadeira vida, sobre crer na verdadeira Verdade. Esses termos são lembrados por João em seu evangelho, diferente dos outros três (Mateus, Marcos e Lucas).

Cristo e Moisés

De forma muito bela o paralelo entre Cristo e Moises é muito bem elaborado na escrita de João, em que nos é informado sobre o que João Batista disse a respeito do Cristo (Jo 1.15-18). O nome de Moisés é citado cerca de treze vezes no evangelho de João. Os judeus usaram o nome de Moisés para acusar Jesus, e o próprio Cristo fez uso do nome de Moisés para provar sua superioridade, missão e divindade. Veja um paralelo abaixo:

Moisés disse que haveria um profeta Cristo é o profeta prometido (Jo 1.45)
A lei foi dada por Moisés Cristo nos deu graça e verdade (Jo 1.17)
Moisés levantou a serpente de bronze Cristo será levantado para salvação (Jo 3.14)
A lei de Moisés acusa no juízo (Jo 5.45) Cristo será o Juiz de vivos e mortos (At 17.31)
Moisés deu o maná Cristo é o verdadeiro Pão do Céu (Jo 1.33)
Moisés repartiu a sabedoria (Nm 11.25) Cristo é o que batiza com Espírito (Jo 1.33)

Autor

É de comum acordo que João irmão de Tiago filhos de Zebedeu seja realmente o autor desse evangelho (Mt 4.21). Sua profissão até seu chamado ao discipulado de Cristo era de Pescador. Segundo a tradição em documentos antigos, João seria o apostolo mais jovem dentre os doze como foi o último a morrer com a idade avançada e não por martírio. O autor é chamado de discípulo amado por causa das referencias a ele registrada (Jo 13.23; 19.26; 20.2).

Segundo a tradição, o motivo pelo qual o apóstolo tenha escrito esse evangelho foi por uma solicitação dos anciãos da Ásia menor para contestar e refutar uma perigosa heresia concernente à natureza, pessoa e deidade de Jesus, propagada por um certo judeu de nome Cerinto. De fato, podemos ter toda a certa que o evangelho de João é inspirado por Deus e o mesmo João tinha conhecimento que seu registro seria usado para a edificação da igreja.

Ao todo o Apostolo João escreveu cinco volumes, sendo eles o evangelho, três epístolas e um livro profético.

Autor, Carlos F. Guimarães