Epístola de Paulo aos Romanos

Introdução

A pessoa que escreve esta epístola (Paulo), já estava de viagem para Jerusalém (Rm 15.25), mas o mesmo desejava muito ir ter com a igreja(s) que estava em Roma (Rm 1.9-15) e esse desejo já era de muitos anos (Rm 15.23). Porém, antes que isso acontecesse, o Paulo dita as palavras e Tércio escreve as mesmas para que seja enviada para os cristãos em Roma (Rm 16.22).

É de comum acordo entre os estudiosos que quando a epístola está sendo escrita, Paulo está em Corinto, e a igreja de Roma não foi levantada por ele. E que Paulo em vez de ir para Roma como era o seu desejo, estava então indo levar uma contribuição aos cristãos de Jerusalém que estavam passando por necessidades materiais (Rm 15.22-17).

Assim sendo, como naquela ocasião não havia um serviço “postal” a não ser pelas correspondências oficiais do governo, Paulo dependia de amigos ou viajantes. A pessoa que leva a epístola aos Romanos é uma cristã chamada Febe que muito já tinha servido a igreja e a pregação do evangelho (Rm 16.1, 2).

O fato em que Paulo envia essa carta para uma igreja da qual ele não tinha fundado se dá pela extensa lista de pessoas que são saudadas por ele no capitulo 16.3-30. Nesses versículos são mencionados uma listagem de trinta nomes de pessoas que foram alcançadas pelo evangelho e que foram cooperadores do ministério de Paulo. Por essa causa, seria então uma resposta do por que Paulo escreva e trate tão bem as questões teológicas e práticas da fé cristã.

Nessa epístola sistematicamente, Paulo vai tratar de assuntos relativos à doutrina de Cristo e de sua prática. Assim é tratado sobre a necessidade universal da pregação do evangelho (Rm 1 e 2); Cristo é o justificador pelos pecados (Rm 3); sobre a fé de Abraão (Rm 4); sobre o primeiro e o segundo Adão (Rm 5); batismo como morte para o mundo (Rm 6); mortos para a Lei e vivos para a graça de Deus (Rm 7); não há condenação para os que estão em Cristo (Rm 8); sobre a dureza de Israel para com Deus (Rm 9-11); a vida cristã e sua pratica social dentro e fora da igreja (Rm 12-15); um listagem de saudações e agradecimentos de Paulo (Rm 16).

Para a maioria dos interpretes, a epístola aos Romanos é a mais sistemática e completa em assuntos teológicos. Nela é dito que o evangelho tem poder para salvar como também para condenar os que dele se desviam (Rm 1.16-17). Muitos outros temas são tratados nessa epistolas, a exemplo disso, é a Epístola mais longa do apóstolo, e no capítulo oito faz uma especial declaração sobre o Espírito Santo e Cristo.

Roma nos tempos de Paulo

Segundo o historiador americano James S. Jeffers (1991), Roma do primeiro século certamente impressionava seus visitantes. Era a capital do mundo daqueles tempos. Suntuosos edifícios públicos com pórticos de mármore, belíssimas mansões particulares, teatros, banhos públicos e um comércio intenso de mercadorias vindas de todas as partes, movimentado freneticamente por uma população de mais de um milhão de habitantes que anunciavam uma riqueza acumulada até então impensada. Todavia, mesmo que o conjunto de prédios públicos e mansões particulares representassem mais da metade da área construída, a maioria da população era composta por escravos e estrangeiros livres, ambos com baixo status social, tornando a cidade um marco não apenas de opulência, mas de desigualdade social

Autoria e Breve biografia

O autor é Paulo nome grego, conhecido como Saulo de Tarso (At 8.1; 9.1; 13.9). Chamado também de apóstolo dos gentios. Era pertencente à tribo de Benjamim (Fp 3.5). Fariseu educado em Jerusalém aos pés de um dos maiores mestres de Israel, chamado Gamaliel (At 22.3; 23.6; 26.4, 5). Cidadão romano por nascimento (At 16.37; 22.25-28). Sua dedicação excedia os de sua idade (Gl 1.14). Foi perseguidor da igreja (At 7.58; 8.1; 9.1; 22.4; Gl 1.13; Fp 3.6). Converteu-se a Cristo devido a uma visão que lhe deixou cego durante três dias (At 9.1-17). Levantado e chamado de Apóstolo (Rm 1.1). Enviado pelo Espírito Santo (At 13.1-4). Usado em milagres (At 19.11). Teve visões e arrebatado até o terceiro céu (2Co 12.1-5). Ele mesmo afirmou que pelo evangelho foi o que mais sofreu e trabalhou pela sua propagação (1Co 15.10; 2Co 11.5, 22-28). Esse apóstolo causou espanto em preocupação em toda Ásia. Através de sua oração e louvor uma prisão foi sacudida por um terremoto. Biblicamente falando, foi o que mais levantou igrejas nas regiões gentílicas como :  Seleucia (At 13:4); Salamina (At 13:5); Pafos (At 13:6); Perge (At 13:13); Antioquia da Pisídia (At 13:14); Icônio (At 14:1); Listra (At 14:6-11); Derbe (At 14:20); Derbe e listra (At 16:1-2); Frígia  (At 16:6); Troas (At 16:11); Samatrócia (At 16:11); Napoles (At 16:11); Filipos (At 16:12); Anfílopolis (At 17:1); Apolônia (At 17:15); Corinto (At 18:1); Cesncréia (At 8:18); Eféso (At 18:19); A Gálacia  e Frígia (At 18:23); As regiões sueriores (At 19:1); Éfeso (At 19:1); Macedonia (At 20:1); Grécia (At 20:15); Trogílio (At 20:15); Mileto (At 20:15-17); Cós (At 21:1); Rodes (At 21:1); Pátara (At 21:1); Tiro (At 21:3); Ptolomaida (At 21:7); Cezaréia (At 21:8).

Paulo afirmou que “…em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos”  2Co 11.5

Autor,
Carlos F. Guimarães