Epístola aos Hebreus
Introdução
Diferente das demais epístolas, o escritor faz um trabalho de forma especial entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança. Na verdade é um paralelo entre o Novo Testamento e Novo Testamento. A pessoa que fizer uma leitura dos treze capítulos irá perceber que a proposta é mostrar a superioridade de Cristo sobre a Antiga Aliança.
a) “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” Hb 7.22
b) “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” Hb 8.6
c) “Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” Hb 6.20
d) “ORA, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal…” Hb 8.1
1 – o que é Cristo nessa epístola
Ainda nessa epístola o escritor elabora um valioso tratado sobre a pessoa maravilhosa de Cristo mostrando para os cristãos que eles tinham o suficiente para uma vida plena. Veja abaixo o que Cristo é segundo a epístola aos Hebreus:
a) Cristo é herdeiro de tudo 1.2
b) É resplendor da glória de Deus 1.3
c) É a expressão máxima de Deus 1.3
d) Cristo é onipotente “…sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” 1.3
f) Cristo é mais excelente do que os anjos 1.4
e) Cristo tem o nome mais excelente do que os anjos 1.4
g) Cristo é o centro da adoração do anjos 1.6
h) Cristo é o nosso apóstolo e sumo sacerdote 3.1; 4.14; 5.10; 6.20; 7.3, 25; 8.1; 9.11; 10.21
i) Cristo é o nosso repouso 4.10
j) Cristo é “…autor e consumador da fé” 12.2
l) Cristo é “…Mediador de uma nova aliança” 12.24
2 – Palavras chaves e repetitivas na epístola
O conteúdo dos capítulos é montado sobre uma palavra chave com seus sinônimos que são elas: “Melhor” (6.9; 7.19, 22; 9.23; 10.34; 11.16, 35, 40; 12.24), “mais excelente” (1.4; 8.6) e ou “maior” (7.7). Com isso a epístola tem como propósito mostrar e provar que Cristo é superior a seres celestiais (1.4); superior a Antiga Aliança (7.22; 8.6); uma melhor esperança (7.19); um melhor sacrifício (9.12, 14); um sumo sacerdote superior (8.1); entrou no verdadeiro santuário (9.2, 11); Cristo tem melhores promessas (8.6; 9.15), e a fé que os antigos tiveram era de criação de Cristo, pois Ele é autor e consumador da fé (12.2).
3 – Ofício de Cristo
Nessa mesma epístola o escritor faz um importante trabalho sobre Cristo e seu sacerdócio, na verdade, é a epístola que mais faz uso do termo “sacerdote” dentro no Novo Testamento relacionando diretamente a obra expiatória de Cristo (3.1; 4.14; 5.10; 6.20; 7.3, 25; 8.1; 9.11; 10.21). Com isso, o perdão só pode ser adquirido mediante a uma fé unicamente em Cristo e confessa-lo por toda a vida (Mt 24.13).
4 – Autor da epístola
Desde de muito cedo tem sido discutido sobre a verdadeira autoria dessa importante epístola. Tertuliano (150-230 d.C) disse que seria de autoria de Barnabé. Eusébio (263-339 d.C) acreditava que seria Paulo o seu autor. Martinho Lutero acreditava que seria de autoria de Apolo. Na atualidade a maioria das Bíblias não faz uso de autoria na primeira página que se inicia a epístola. Mesmo diante desse mistério de qual seria a autoria, fica claro que o autor desse importante tratado teológico está preocupado com os ataques heréticos que a igreja sofria naquele tempo e esse mesmo sentimento deve está aceso dentro de todo líder espiritual.
7 – Qual o propósito da Epístola
Pelo conteúdo parece que a igreja ou todos os cristãos que antes estavam debaixo da Lei e converteram a Cristo, agora precisavam receber uma exortação referente à fé em Cristo. Dentro da epístola temos algumas palavras chaves em relação aos membros da igreja que são:
> “devemos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas” 2.1;
> “como escaparemos nós…” 2.3
> “conservarmos firme a confiança…” 3.6
> “…que nunca haja entre vós…” 3.12
> “exortai-vos uns aos outros todos os dias…” 3.13
> “para que ninguém caia…” 4.11
> “retenhamos firme a nossa confissão…” 4.14
> “retenha a esperança…” 6.18
> “não rejeites a vossa confiança…” 10.23;
> “não deixando a nossa congregação como é o costume de alguns…” 10.25-27;
> “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas…” 13.9;
> “lembrai de vossos pastores…” 13.17.
Essas são algumas dentre tantas recomendações que é dada a igreja daquele período que estava sendo levada a crer em outras doutrinas “…Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas” (Hb 13.9).
Conclusão
Qual aplicação de Deus para a nossas igrejas hoje através dessa epístola?
- Podemos entender que o assunto mais importante para a igreja é sobre a pessoa de Cristo – atualmente outros assuntos estão tirando Cristo do centro de nossos cultos e de nossos corações.
- A igreja precisa aprender a buscar uma vida cristã no exemplo de Cristo – toda a vida cristã deve está baseada no que Cristo é e ensinou, isso sim é cristianismo;
- A maior motivação de se crer e ir aos cultos não são pregadores ou cantores, mas a pessoa de Cristo – a fé em Cristo levou pessoas a morrerem por sua fé, na atualidade o que tira as pessoas de seu comodismo são “ídolos do momento, a melhor voz e a melhor mensagem”.
- Igreja sem Cristo não é igreja.
Autor,
Carlos F. Guimarães