3ª Epístola de João

Introdução

Essa terceira epístola traz uma característica peculiar diferente das outras duas (1Jo e 2Jo), nesta o autor cita três nomes próprios. Dois deles são Gaio e Demétrio que são honrados pelo escritor, e o terceiro é Diótefres que é reprovado por João. Não se sabe ao certo quem seria esse Gaio, pois temos Gaio de Macedônia que era companheiro de Paulo (At 19.29), o de Derbe (At 20.4), e o de Corinto (1Co 1.14 e Rm 16.23). Assim parece que o nome Gaio seria comum. De qualquer maneira, esse Gaio mencionado por João foi um pessoa de grande importância para a igreja e o apóstolo.

1 – A motivação de João ao escrever essa breve epístola seria duas:

a) relatar sobre um problema que o próprio João estava tendo com Diótefres “tenho escrito à igreja; mas Diótefres…não nos recebe” (3Jo 9-10);
b) e elogiar Gaio pelo seu amor e que breve o apóstolo irá velo (3Jo 3, 13).

2 – João faz um paralelo entre dois obreiros

No conteúdo da epístola percebemos um paralelo entre estes dois obreiros: Gaio e Diótefres. Gaio foi elogiado por que:

a) andava na verdade;
b) era homem amoroso (3Jo 6);
c) era hospitaleiro para com os missionários (3Jo 8).

Quanto ao tal Diótefres percebemos seus sete atos reprováveis:

a) Orgulhoso “primado” (3Jo  9);
b) Rejeitava a carta do apóstolo João (3Jo 9);
c) Não respeitava a autoridade de João (3Jo 9);
d) Calunia contra João (3Jo 9);
e) Não acolhia os missionários (3Jo 9);
f) Incitava a igreja a não receber os missionários (3Jo 10);
g) Expulsava pessoas da igreja (3Jo 10). 

Pode se perceber aqui, que não era uma heresia que reprovava esse dirigente era seu autoritarismo e falta de hospitalidade.

3 – Sobre a Hospitalidade

Nessa epístola diferente das outras, João faz a sua recomendação quanto aos missionários e obreiros que tinha um ministério itinerante. João aborda a importância de receber bem os homens de Deus “…para com os estranhos” (3Jo 5), esses estranhos ou estrangeiros eram ministros da palavra segundo João que saíram pelo nome de Cristo (3Jo 7), e era o dever “…aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade” (3Jo 8). Essa prática de receber bem esses homens era muito praticada para a propagação do evangelho, a exemplo disso Paulo incentiva e ensina isso como um ótimo costume para a igreja:

  1. Para receber a Febe “…porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo” (Rm 16.1-2);
  2. Gaio “…meu hospedeiro e de toda a igreja” (Rm 16.23);
  3. Filemom “…prepara-me também pousa…” (Fm 22).

Costume esse dado pelo próprio Cristo aos apóstolos (Mt 10.10-12, 40; Lc 10.5-8) e que Pedro também repousou em uma casa de irmãos (At 10.6).

4 – João fala sobre sua futura inda a igreja

Nessa mesma epístola fica evidente que João está deixando Gaio bem informado sobre a pessoa de Diótefres e que em breve haverá algum tipo de reunião para tratar o mal procedimento do mesmo “…Pelo que, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas” (3Jo 10). Além do elogio dado a Gaio, outro que recebe elogio é Demétrio (3Jo 12), segundo alguns, ele seria o portador dessa epístola para que através dele chegasse até Gaio.

5 – Autor

O autor é João que teria escrito de Éfeso em seus últimos anos. O que faz acreditar que essa epístola foi escrita por João é o seu vocabulário. O termo “verdade” é citado aqui cinco vezes (3Jo 1, 3, 4, 8, 12); o termo “testemunho” três vezes (3Jo 12); “testificar” por duas vezes (3Jo 3, 6). Palavras essas muito comum em seus escritos.

Autor,
Carlos F. Guimarães