Epístola de Judas

Introdução

Ao ler a presente epístola, ela é julgada como uma epístola violenta, devido seu conteúdo ser dedicado em reprovar os heréticos e suas heresias. Nessa epístola, o autor usa em seu espaço escrito cerca de vinte e sete termos para descrever os “…alguns que se introduziram…” (Jd 4). Esses seriam a principal preocupação do escritor. 

1 – Vejamos os termos utilizados para descrever o perfil deles que são detalhados nos versos  8-19

  1. Homens ímpios;
  2. fazem Dissolução;
  3. Adormecidos;
  4. Contaminam a sua carne;
  5. Rejeitam as autoridades;
  6. Vituperam as autoridades;
  7. Dizem mal dos que não sabe;
  8. São como animais irracionais;
  9. Corrompem-se;
  10. Entraram no caminho de Caim;
  11. Levados pelo engano do prêmio de Balaão;
  12. Pereceram na contradição de Corá;
  13. São manchas;
  14. São nuvens sem água;
  15. Levados pelos ventos de uma parte a outra;
  16. São como árvores murchas;
  17. Árvores infrutíferas;
  18. Duas vezes mortas;
  19. Ondas impetuosas do mar;
  20. Desarraigados;
  21. Estrelas errantes;
  22. Obras de impiedade;
  23. São murmuradores;
  24. Queixosos de sua sorte;
  25. Escarnecedores;
  26. São causadores de divisões;
  27. Não tem o Espírito Santo.

Ao ler esses comentários acima extraídos dos versículos, dizemos que Judas em sua epístola se torna o defensor da fé e da doutrina. O que os demais autores das epístolas não escreveram, esse em pouco espaço descreveu tanto o caráter como as obras dos que estavam introduzindo nas igrejas. 

2 – Objetivo de Judas

Ao escrever, o mesmo deseja com todo o cuidado exortar a igreja “…batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Ao que parece essa batalha começa quando a igreja resiste aos falsos mestres e seus falsos ensinos.

Judas em sua epístola mais do que qualquer outro escrito no Novo Testamento deixa mais do que claro e nítido, que aceitar tais doutrinas levaria a igreja e seus congregados a terem a mesma sorte de Israel que saiu do Egito, porém aqueles que não creram durante o percurso não entraram na terra prometida (Jd 5). Da mesma forma que os santos anjos se deixaram seduzir por satanás e com isso perderam o céu, assim a igreja correria o mesmo risco com as heresias (Jd 6). Assim como duas cidades se corromperam, Sodoma e Gomorra, assim a igreja pode se corromper e sofrer a pena do fogo (Jd 7). Com esses três argumentos Judas deixa claro o perigo da heresia dentro da igreja.

Em seu enredo, o autor ainda faz uso do personagem maligno Satanás para exemplificar a falta de submissão dos heréticos (Jd 8-9). Compara os hereticos com Caim que por causa da ira matou o próprio irmão, Balaão que profetizou por dinheiro e Corá que foi autor de rebelião contra Moisés (Jd 11). E faz uso da profecia de Enoque sobre o juízo do Senhor sobre os heréticos (Jd 14).

Durante toda a epístola Judas não usa nomes próprios como em algumas ocasiões fez Paulo (1Tm 1.20; 2Tm 4.10, 14), mas esse mesmo Judas usa pronomes para identificar os falsos pregadores como: “alguns” (v.4), “estes” (v.8, 10, 12, 16, 19), “ai deles” (v.11), “os quais” (v.18) e “destes” (v.14). Ainda temos personagens do Antigo Testamento que são utilizados para explicar o perfil dos atuais com “Caim, Balaão e Corá”  dentro das igrejas (Jd 11).

Realmente ao lermos, percebemos que de forma energética e com argumento persuasivo, o escritor quer preservar a integridade tanto da doutrina como a fé dos irmãos (Jd 17, 20).

Autor

Com as características já no primeiro versículo, há somente um Tiago que tinha um irmão chamado Judas, esse seria coerentemente Tiago irmão de Jesus (Mt 13.55; Gl 1.19; Jd 1). Devido a isso, esse Judas seria então irmão de Jesus. Acreditasse que ele escreveu para crentes que estavam na Palestina devido aos comentários que talvez somente os judeus naquele momento pudessem entender com propriedade (Jd 7-11).

Autor,
Carlos F. Guimarães